196º post – MC de 24 de março de 2013

20 mar

Caros amigos, o fã-clube do Manhattan Connection durou quase 5 anos e ainda não pode voltar ao ar. Mas em comemoração aos 20 anos do programa resolvi escrever este post relembrando o que aconteceu por aqui. Dá uma olhada!

Manhattan Connection  Fã-clube 2

O INÍCIO
Fundei o fã-clube do melhor programa da TV brasileira em 19 de maio de 2007. A intenção era criar um site sobre o Manhattan Connection com vídeos e textos relacionados a seus integrantes, além de um blog para comentar as edições semanais (o primeiro post está aqui). Ao logo do tempo aprimorei o conteúdo de cada post, incluindo links relacionados aos assuntos comentados pelos manhattans e também falando mais sobre as próprias conversas entre eles.

Manhattan Connection Fã-clube

CERCA DE 1
O fã-clube do Manhattan Connection começou com cerca de uma pessoa: eu, fundador e primeiro membro. Passei muitas horas navegando no Orkut (o Facebook da época) e em vários sites e blogs que tratavam de televisão, escrevendo para cada pessoa que nestes locais postava um comentário, convidando-a para conhecer o fã-clube do Manhattan Connection e entrar na lista de distribuição em que eu avisava sobre as atualizações do blog. No dia 13 de junho de 2007 o site já havia atingido 500 visitas. O Lucas mencionou o fã-clube no ar algumas vezes, e o Caio, o Pedro e o Ricardo também – o que ajudou a aumentar o número de acessos. A partir de 31 de maio de 2009, os textos do blog do fã-clube do Manhattan Connection passaram a ser reproduzidos no TV Magazine, o site mais completo sobre televisão do Brasil com mais de 4 milhões de page views por mês. As estatísticas do fã-clube do Manhattan Connection até este momento são as seguintes:
Acessos individuais ao fã-clube do Manhattan Connection e ao blog: 190.918 (sem contar as visualições no TV Magazine)
Comentários no blog: 889
Membros na lista de distribuição: 288
Membros na comunidade do Facebook: 2.415

Angélica

PELA HÓSTIA
O número de membros do fã-clube poderia ser maior, mas eu excluí muita gente da lista e da página no Facebook. Um grupo de excluídos é composto pelos que criticavam o Diogo sem saber o que estavam falando – ou melhor, escrevendo. Em toda a história do fã-clube nunca vi mais erros de português que nas mensagens escritas por estas pessoas, todas tão analfabetas quanto o Lula. Outro grupo de excluídos, um pouco menor, é composto por pessoas que perguntavam “Quem é a Angélica?” – ou “Como é a Angélica?”. A Angélica não aparece sempre em frente às câmeras, mas ela já apareceu em algumas edições do MC tanto na bancada como em VTs. Qualquer fã sabe disso. A foto dela também está nas páginas iniciais do fã-clube e do blog, e há vídeos e fotos dela na área de mídia do fã-clube.  E ela aparece no documentário Conexão Manhattan, que mostra os bastidores do programa. Só não conhece a Angélica quem não quer.

lady-gaga-bergamota
LADY BERGAMOTA
A expressão “pela hóstia” que usei no título anterior foi dita pelo Pedro no MC de 3 de janeiro de 2010 em relação ao nome vergonhoso que o filme Up in the air recebeu em português. Quando ele a usou no programa, foi engraçada e espontânea. Muitas vezes os manhattans usavam expressões assim e faziam brincadeiras e trocadilhos. Eu usava o mesmo no blog, e quem não assistia ao programa não entendia nada. E ainda me corrigia – como no caso em que eu escrevi o nome da Lady Gaga como Stephanie Bergamota [MC de 20 de fevereiro de 2011]. Dito isso, outros exemplos memoráveis são barbudinho do PT (não é quem vocês estão pensando), dá uma olhada, instituto de pesquisas Blinder & Blainder, cerca de um, compreensivo e compromisso. E a cena do Pedro dizendo ao Ricardo que o Brad Pitt iria ganhar o título de Miss America. Com total razão.

good bad ugly

THE GOOD, THE BAD AND THE FORUM
Durante alguns períodos criei maneiras diferentes de comentar momentos do MC no blog. Quando o Lucas fazia o fórum da semana, inventei um fórum do blog e a escolha do pior e do melhor momento de cada edição. Alguns deles são:

O melhor: FHC imitando a Odete Roitman. [MC de 26 de dezembro de 2010]

O pior: saber que o James Cameron vai dirigir mais um filme. E que tem gente que vai assistir. [MC de 21 de novembro de 2010]

Fórum da semana: quantas estátuas sem cabeça do Ricardo Amorim existem em Roma? [MC de 12 de dezembro de 2010]

O melhor: esta edição do MC teve vários “melhores” e não consegui escolher um só entre as fotos da Marilyn Monroe, o Lucas confundindo o Diogo com o FHC, o Ricardo dizendo “salve o prazer sexual dos pobres e dos ricos” e “tá fumado, Lucas?” – e, é claro, o pocotó-pocotó do Pedro Andrade. [MC de 24 de outubro de 2010]

O pior: saber que o Pedro Andrade não morde. [MC de 23 de janeiro de 2011]

Fórum da semana: como vai ser o nome em português do filme The American? a) Um assassino da pesada. b) Uma prostituta da pesada. c) Amor sem escalas 2. [MC de 12 de setembro de 2010]

E, no MC de 24 de janeiro de 2010:

O melhor: Caio não ter ido nu ao programa.

O pior: Caio não ter ido nu ao programa.

ricardo-amorim-nova-york

COM QUE ROUPA EU VOU?
Já que ninguém foi nu ao Manhattan Connection, também me diverti fazendo o “momento styling”, comentando as roupas dos manhattans. Quem me inspirou foi a Lúcia. Sempre que a via na bancada eu tinha a nítida impressão que ela havia estado em casa, preparando uma feijoada e ouvindo Luciana Souza, quando percebeu que era hora de ir ao estúdio gravar o MC e então saiu às pressas vestida como estava naquele momento. Coincidência ou não, depois que passei a comentar sua aparência ela passou a usar roupas mais bonitas, maquiagem e joias. Os outros manhattans, penso eu, nunca deram muita bola.

[pausa para o momento styling: Caio fica bem tanto de terno claro quanto escuro, e esta semana optou por um, digamos, “cinza-bebê”. A cor estava boa e combinou com a gravata azul e branca, mas a camisa azul estava muito fora do tom – mais ou menos como a gravata do Ricardo. Sabemos que ele fica bem até vestido com um saco de estopa, mas a gravata azulão estava um pouco pesada. Já a Lúcia, ao contrário, estava com um visual leve, de cardigã verde clarinho sobre top preto. Não é um look sofisticado como o da semana passada, mas estava bonito pela simplicidade. E o Oscar de melhor figurino da semana vai para o Lucas, que arrasou na gravata lilás com branco, super bonita e moderna e que combinou muito bem com o terno preto e camisa off-white] [MC de 28 de setembro de 2008]

Depois do momento styling passei a fazer o momento ManhaTIE Connection, comentando apenas as gravatas dos rapazes. O primeiro foi este aqui, no MC de 19 de outubro de 2008:

A gravata do Lucas, de um sóbrio tom bordô, era a mais chique – pena que não combinou com o tom da camisa nem com o paletó de estilo informal. A gravata do Ricardo, de cor vermelho-escuro com bolinhas brancas, foi a mais ousada – mas não tente fazer o mesmo, pois só ele e mais 4 homens no mundo tudo conseguem ficar bonitos e elegantes combinando gravata de bolinhas com paletó risca de giz. E a gravata do Caio, marrom-dourado com losangos pretos, foi a mais criativa e a que mais se destacou na bancada. Resultado da semana: medalha de bronze para o Lucas, de prata para o Ricardo e de ouro para o barbudinho do PT.

Viram agora quem é o barbudinho do PT? E ele apareceu novamente no MC de 22 de novembro de 2009:

Todos os piratas do Manhattan Connection estavam super elegantes. Ricardo Amorim escolheu uma gravata de fundo azul e listras brancas, ficou tão galante quanto Errol Flynn e ganhou o troféu Captain Blood. Pedro Andrade usou uma gravata com fundo marrom e pontinhos claros – ficou o mais sexy e ganhou o prêmio Jack Sparrow. Lucas Mendes também foi de pontinhos – mas com fundo bordô, e ganhou a medalha Capitão Gancho. E não, eu não vou dar o troféu Papagaio-de-pirata para o Caio Blinder. Pelo seu conhecimento sobre Chinatown, o barbudinho do PT merece mais uma vez o prêmio She´s-my-sister-she´s-my-daughter-she´s-my-sister-she´s-my-daughter.

mscl13

YOU’RE SO BEAUTIFUL, IT HURTS TO LOOK AT YOU
Durante um tempo eu também colocava no blog as respostas do fórum da semana e as informações de músicas e locais das vinhetas de cada edição do MC, como por exemplo no centésimo post, sobre o programa de 24 de maio de 2009:

Fórum da semana: deputado mal pago é mais produtivo ou mais corrupto? Caio disse pouco mas disse tudo: “Deputados bem ou mal pagos podem ser produtivos em causa própria.”

Vinhetas da semana: 1 – Mural Nature is love on earth, de Duda Penteado. Música: Happiness prevails, de Chico Hamilton. 2 – Exposição de Louise Fishman na Cheim & Read Gallery. Música: Bella, com Angus & Julia Stone. 3 – (Reportagem do Pedro Andrade) – Joyce Theater e Joe´s Pub. 4 – (Boa noite) – Filme: A história de Benny Goodman. Local: Carnegie Hall. Música: Sing, sing, sing, com Benny Goodman.

Tudo isso eu retirava do site do GNT. Mas quando o site do canal mudou (para pior) e o Manhattan Connection às vezes nem aparecia mais na lista de programas, as informações pararam de ser atualizadas. A partir do MC de 19 de julho de 2009 substitui o espaço dedicado ao fórum e às vinhetas pelo momento My so-called life, em que eu relacionava uma quote da série a um assunto comentado no programa. Não foi difícil, pois My so-called life tem o melhor texto já escrito na história do universo, e toda semana eu achava uma quote que tinha a ver com algum assunto do MC. Não consegui escolher uma preferida entre todas, então vou relembrar uma das mais engraçadas, do post sobre o MC de 6 de setembro de 2009, em que o Caio revelou as quatro comidas do apocalipse:

I cannot bring myself to eat a well-balanced meal in front of my mother. It just means too much to her.

Tão bom quanto o texto de My so-called life eram as frases dos próprios manhattans. Ao escrever os posts do blog às segundas-feiras de manhã, eu me divertia lembrando o que eles haviam dito na noite anterior. Como por exemplo:

O Sarney sarneia e o Iraque iraqa.

A esquerda foi para a direita e a direita foi para o hospício.

A Grécia é um Brasil onde se fala grego.

Em Genebra foi feita uma reunião para se decidir que seria feita outra reunião.

O Tea Party teve uma vitória surpreendente sobre o presidente, os impostos e a masturbação.

Sarah Palin, a diva lunática e paranoica, ainda compete com Michael Jackson no noticiário.

Por aqui a Dilma está do lado de lá.

Sabrina Sato

IDEIAS RABIOSAS E INCONGRUENTES
Outra marca pessoal que eu colocava no blog eram os “bônus”, vídeos que eu escolhia com conteúdos diversos mas que tinham a ver com o MC: comerciais, cenas de filmes, clipes, etc. Os mais acessados foram:

Erros de gravação de Paulo Francis:

Sabrina Sato entrevista Diogo Mainardi sobre a coluna dele sobre a pinta dela:

Pedro Andrade no clipe de Love & Evil:

E o meu preferido – a melhor sequência de todas as seis temporadas do melhor seriado sobre New York:

MC 15 anos

O POST QUE EU MAIS GOSTEI DE ESCREVER
O post que eu mais gostei de escrever foi sobre o MC de 16 de março de 2008, que comemorou os 15 anos do programa. Fui um dos convidados para ir a São Paulo assistir à gravação, e foi neste dia que realizei o sonho de conhecer e conversar pessoalmente com os manhattans.

manhattan connection new york

O POST QUE EU MAIS VOU GOSTAR DE ESCREVER
Será o post especial que vou escrever quando assistir à gravação do programa em New York.

diogo-mainardi-thumb2QUIZ
Para terminar, um quiz, como os que o Lucas costuma fazer:

      Quantas camisas azuis o Diogo tem?
      a) Cerca de uma
      b) Um milhão e meio

Enquanto pensa na resposta, veja o super quiz que eu fiz sobre o MC aqui.

Parabéns Lucas, Caio, Diogo, Ricardo, Pedro e Angélica.

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Marcos Alexandre

——

Every new beginning comes from some other beginning’s end

4 dez

O blog do fã-clube do Manhattan Connection deixou de ser atualizado em 28 de novembro de 2011. Novos comentários e links serão postados apenas na página do fã-clube no Facebook.

Obrigado pela visita :-)

Marcos Alexandre

195º post – MC de 27 de novembro de 2011

28 nov

Para os histéricos da Conexão Superego, o supercomitê foi um superfracasso – graças ao superdesconhecido Grover Norquist, o temido lobista superpoderoso que trabalha nas sombras. A causa virou religião e a religião virou culto para mandar os hereges para o inferno – deixando Obama com uma patética estratégia e uma pergunta: Newt Gingrich vai para a fogueira ou não vai? No Egito ninguém tem extintor de incêndio, mas a fogueira que importa é a da Síria, pois nem as mandingas diárias do vidente Diogo Mainardi estão conseguindo assar o Assad. Enquanto isso, na Europa os patetas bananas não mentem e estão todos abraçados com a Angela, que nunca foi santa – mas é a salvadora e vai ajoelhar à beira do precipício.

No segundo bloco, Karl Marx morreu outra vez no livro Love and capital – Karl and Jenny Marx and the birth of a revolution (trecho aqui). O manifesto de Mary Gabriel entrou na vida privada (e contraditória) do pequeno burguês que vivia a dialética na pele e que era, antes de tudo, um sinhozinho normal. As teorias estúpidas do cabeção fizeram as cabecinhas da Jenny e do Engels – mas não a do Lucas Mendes, que ganhou mais dinheiro que Marx  escrevendo a coluna Papa Marx. Brasil na imprensa: Fresh look for author, and the land he lauded.

A seguir, o mundo precisa de mais um filme sobre Freud e Jung. David Cronenberg não fez análise mais explica a libertação do corpo e das ideias em um tratamento de primeira classe com A dangerous method, um filme de história maluca contada com bizarrice e lançada como isca para pescar Oscars. Se o Pedro Andrade até sonhou com o ménage à trois, então o filme deve ser pelo menos um pouco interessante para ser analisado, não?

Mais interessante ainda é a sincronicidade digna de Jung: justamente o meu post sobre a edição do MC que falou de muitas mortes e suicídios, e que foi chamado de triste e deprimente pelo Lucas, é aquele em que anuncio o fechamento do blog do fã-clube do Manhattan Connection. Infelizmente, a partir de hoje o blog e o fã-clube continuarão no ar somente em forma de arquivo, sem novas atualizações. Farei novos comentários e postarei links apenas na página do fã-clube no Facebook.

Muito obrigado a todos pela audiência por todos esses anos, e fiquem sempre ligados no melhor time político e econômico da TV brasileira – e no melhor guia de New York.

Marcos Alexandre

 

194º post – MC de 20 de novembro de 2011

21 nov

Para os descendentes da Conexão Herança Maldita, a primavera árabe é uma criança embalada pelo Qatar – que com seus poços, antenas e contradições prega a ideologia e o oportunismo. O país é nota 10 – ganhou 9,5 em hipocrisia e 0,5 em democracia – e transformou o poder econômico em uma ideia cultural dominante. Enquanto isso, a Europa está cheia de austeridade e os europeus não são idiotas, pois estão dispostos a fazer sacrifícios quando veem alguma coisa no horizonte – nem que sejam as fotos da blogueira nua ou vingt bouteilles de vin. Nos Estados Unidos, o movimento Occupy Wall Street  é coisa de desocupado – e Hugo Chávez está mais popular que o Congresso. 

No segundo bloco, os manhattans receberam Paulo Blikstein, freguês da escolinha que ganhou o Oscar da educação e uma grana preta adaptando a ciência para a educação com modelos computacionais e laboratórios de prototipagem rápida.

A seguir, o diretor preguiçoso Alexander Payne fez poucos filmes em 15 anos. Sua safra é pequena – mas preciosa, e sua herança ficou mais rica com The descendants, em que o paraíso havaiano é um dos personagens imperfeitos com sentimentos inesperados. Pedro Andrade adorou, riu, chorou e se identificou – assim como seus colegas da NBC, emissora que é assim com o poder apesar dos conflitos de desinteresse dos filhos de presidentes. Falando em presidentes, o programa terminou com cenas destes passando a mão no peru.

Com mulheres nuas e perus de presidentes, o MC desta semana foi meio hardcore – mas foi também nostálgico. Lembrei de quando ouvia a rádio quatro vezes vinte mais dezesseis FM em Paris, e de quando vi pela primeira vez o filme Election. Não conhecia o Alexander Payne e vi o filme por acaso na TV – e juro que fiquei intrigado pensando que era uma produção co-dirigida por John Waters e Woody Allen. Se The descendants for melhor que Election, vou torcer para o filme ganhar vários Oscars – mesmo que seja lançado por aqui com um nome como Paraíso insólito ou Quando as almas se encontram – o que, aliás, é muito provável. Paulo Blikstein, fica a dica para sua próxima pesquisa: como educar os funcionários das distribuidoras brasileiras de filmes?

Fã-clube do Manhattan Connection

193º post – MC de 13 de novembro de 2011

14 nov

Todo mundo sabe que o Manhattan Connection é o melhor programa da TV, mas ninguém sabe por que os manhattans nunca acertam quando se referem à diversidade sexual. Para eles, é fácil saber quando um ditador foragido vai ser encontrado e assassinado ou quando o preço do petróleo vai subir – mas saber o que é um travesti é impossível.

Nos comentários sobre o filme J. Edgar, Lucas Mendes e Pedro Andrade mais uma vez se atrapalharam com as definições de drag queen, travesti e crossdresser. Para os dois, e para quem ainda tem dúvidas, resolvi resgatar e publicar aqui parte de um texto que escrevi há alguns anos, na minha época de colunista de cinema. Nele, coloquei as definições corretas dos termos e exemplos cinematográficos:

Drag queens são homens homossexuais que usam nomes chamativos, fantasias extravagantes e maquiagem exagerada para se apresentar profissionalmente como caricaturas do sexo oposto em shows de dublagem geralmente seguidos de conversas engraçadas com o público. No sucesso australiano de 1994 The adventures of Priscilla, queen of the desert (Priscilla, a rainha do deserto), de Stephan Elliot, Anthony e Adam são drag queens que cruzam o deserto fazendo shows ao lado da amiga transexual Bernadette.

Transformistas também se vestem como alguém do sexo oposto para uma apresentação artística – mas ao contrário de drag queens, não usam nomes extravagantes nem fantasias exageradas, e não são necessariamente homossexuais. Em 1982, Julie Andrews foi indicada ao Oscar pelo seu papel em Victor/Victoria (Vítor ou Vitória), de Blake Edwards, em que interpretou uma cantora que se faz passar por um homem transformista que se faz passar por uma mulher. Complicado? Então tome cuidado para não confundir transformistas com crossdressers.

Enquanto transformistas se apresentam em manifestações artísticas, crossdressers são pessoas que gostam de vestir roupas do sexo oposto em ocasiões pessoais. Em 1994, Tim Burton realizou Ed Wood, cinebiografia do diretor famoso por ser o pior de todos os tempos. Uma das cenas mostra a filmagem de Glen or Glenda, primeira obra rodada por Wood e que conta a história de um homem que não sabe como contar à esposa que deseja vestir as roupas dela. O ano era 1953, e o personagem Glen foi interpretado pelo próprio Wood – que na vida real gostava de usar roupas da namorada. Os crossdressers também foram muito bem representados pelo veterano Danny Aiello, cujo personagem veste conjuntinhos Chanel para tomar chá com a namorada no filme Prêt-a-Porter (1994), de Robert Altman.

Altman é responsável também por um ótimo personagem transexual no surpreendente filme Come back to the five and dime Jimmy Dean, Jimmy Dean (James Dean, o mito sobrevive) de 1982. Transexual é alguém cuja verdadeira identidade está em desacordo com o sexo com o qual nasceu. Depois de uma curta e mal-sucedida carreira no seriado Beverly Hills 90210 (Barrados no baile), Hilary Swank ganhou o Oscar e o Golden Globe por interpretar Tenna Brandon, que vai para uma cidade do interior e, mesmo antes de passar pelo processo cirúrgico de adequação, passa a viver como homem. A história de Teena, filmada no ano 2000, rendeu mais de trinta prêmios para o filme Boys don’t cry (Meninos não choram), de Kimberly Peirce.

Enquanto os transexuais são pessoas que não se identificam com seu sexo biológico e procuram alterá-lo cirurgicamente, os travestis são pessoas homossexuais que se apresentam como pertencentes ao sexo oposto durante as 24 horas do dia, mas sem rejeitar seus órgãos genitais. Ganhador do Oscar e do Golden Globe de melhor filme estrangeiro de 1999, Todo sobre mi madre (Tudo sobre minha mãe), de Pedro Almodóvar, mostra um caminhoneiro que se torna travesti, coloca seios e passa a apresentar-se como mulher – porém mantendo seus órgãos sexuais masculinos.

Fã-clube do Manhattan Connection

192º post – MC de 6 de novembro de 2011

7 nov

Com cinco Romeus e uma Julieta, a Conexão da semana estreou no anfiteatro global comentando a chanchada interminável. O Oscarito paspalhão fez uma bagunça danada e a tragédia grega roubou a cena na reunião do G20. O coro vaiou e ninguém levantou a mãozinha – pois todos querem votar com a bolinha branca e a bolinha preta ao mesmo tempo. Caio Blinder deu A melhor definição para a Grécia e contou quem foi a Europa (e não à Europa), e depois de uma conversa que se repete todas as semanas finalmente a cortina do primeiro ato fechou nos mostrando um refúgio aconchegante.

A seguir, os manhattans descobriram algo de podre nos campos americanos. A novela dos imigrantes continua e quem é mais qualificado procura emprego no vizinho de cima. Os videntes não sabem quem vai ganhar a parada e nem por quanto tempo a situação vai ficar ruim, mas sabem que o palco republicano virou Moulin Rouge: está de pernas para o ar. Falando em videntes, o oráculo grego de New Jersey errou e Herman Cain terá 9 horas, 9 minutos e 9 segundos de fama enquanto Obama o assiste de camarote.

No terceiro ato, foi ele ou não foi? Roland Emmerich deveria ter continuado com seus blockbusters, mas fez um filme que lança dúvidas sobre a obra do gênio William Shakespeare. Em Anonymous a teoria conspiratória conta os fatos como se fossem verídicos – mas é tudo intriga da oposição, pois Shakespeare chupou tramas e escreveu tudo que havia para ser escrito com seus versos milagrosos. E a cortina fechou com o livro Habana libre.

A peça desta semana foi ótima como sempre e os nossos atores favoritos merecem aplausos – principalmente o Ricardo Amorim, que fugiu de São Paulo (é notável a diferença na interação dos manhattans quando eles estão na mesma bancada). Só fica uma questão: quando os MC vai tirar a Grécia de cartaz e nos mostrar as outras coisas importantes que acontecem fora do radar?

Fã-clube do Manhattan Connection

191º post – MC de 30 de outubro de 2011

31 out

Vâmo-que-vâmo: na véspera do dia dos mortos e com todas as letras, LM, CB, RA e DM acompanharam o nascimento do bebê-estrela. Agora somos Sete bilhões, mortos de fome, mortos de gordura. Quando se tem um problema sempre há um espertalhão que surge com uma solução – mas neste caso o problema não é encolher nem inchar: é a gravata de ótimo gosto do Caio Blinder. Melhor mudar de assunto e continuar batendo na madeira.

A seguir, 99% dos americanos estão contra 1% dos ricos – ou é o contrário? Na matemática dos protestos um slogan vale muito, mas parece que ninguém tem 100% de razão pois os ativistas são folclóricos e o processo não leva a absolutamente nada – a não ser à revelação de quem tem a melhor pronúncia em francês. J’accuse: Lucas ocupou a Wall Street e o estado-babá é insustentável e injusto. Nos Estados Unidos até a Sesame Street aderiu – mas a Europa contrariou o Ricardo e saiu do buraco. tudo resolvido – mas o que foi resolvido mesmo? Perguntem ao casal Merkozy. Ou ao Eurípedes Alcântara.

O terceiro bloco começou com o filme Margin call, ainda sem título em português porque a sua distribuidora brasileira não decidiu entre Chamada de margem, Apertem os cintos o dinheiro sumiu ou, no espírito do Halloween, A hora do ex-banco. De qualquer forma, o nome-desastre vai combinar com este filme-desastre que mostra o que acontece nas 24 horas anteriores a uma vaca ir para o brejo. Para PA, a estreia do diretor JC é sóbria e madura, e ele conseguiu translate um tópico difícil para o público. Outro diretor mencionado nesta edição do MC foi Artur Ratton, brasileiro em ação por trás do projeto Brazilian guittar fuzz bananas – The movie.

Até a semana que vem, com melhor time político e econômico de New York e o melhor guia da TV brasileira.

Fã-clube do Manhattan Connection

190º post – MC de 23 de outubro de 2011

24 out

Os saltimbancos do Espetáculo Sem Fim foram direto ao ponto: o fim brutal do Kadafi, que morreu no exercício da ditadura. Se ele morreu lutando ou fugindo é uma questão a ser decidida pelo Nostradamus de New Jersey e pelo vidente, profeta e paranormal Diogo Mainardi, que mandou beijinhos e aplausos para o Sarkozy e para o Obama. O quiromante Ricardo Amorim leu a mão da Líbia e previu que o fundo do poço do petróleo vai ser mais fundo – e que o céu é o limite. Tudo começou com os radicais moderados na Tunísia – e Vamos desejar os melhores votos para a Tunísia, até por nós. Enquanto isso, a crise na Europa nunca foi um drama e continua uma farsa – e a eleição na terra da rainha Cristina mostra o outro lado da mesma moeda. Por aqui, o time da dona Dilma ganhou cartão vermelho e no México a poesia é a arma dos meheecans que protestam em prosa e verso: ¡Vamos Mantequilla! ¡Orgullo!

No segundo bloco os manhattans receberam o convidado Sergio Herz, que contou como sua avó começou a Livraria Cultura alugando livros para os vizinhos. Antes do intervalo, Pedro Andrade mostrou o musical Addonis Family On Broadway. Não sei de onde tiraram este nome – mas espero que tenha sido um erro genuíno e que isso não seja obra de algum funcionário de distribuidora brasileira de filmes trabalhando na produção do programa que resolveu escolher um título escabroso para a peça The Addams Family

Esta edição encerrou com a boniteza de Ryan Gosling, ator canadense com sabor para todos os gostos que começou comendo muito arroz com feijão em filmes independentes e hoje é o sucessor do cinquentão George Clooney – e da Christina Aguilera. Já vimos o filme The ides of March – e pelo jeito já vimos Drive também, já que este é um mix de Quentin Tarantino e David Lynch (de qualquer forma, valeu a boa fica de filme como há algum tempo não víamos no MC). Depois dos protestos folclóricos e das 10 cidades americanas mais zangadas, Lucas Mendes nos deixou com duas dúvidas: se abóbora afunda e se o Pedro Andrade tem mais boniteza que o Ryan Goslin. Para responder à primeira questão, basta viajar para Veneza e jogar uma abóbora no canal. Para responder à segunda, é mais fácil: para a área de mídia do fã-clube do Manhattan Connection e assista ao Pedro Andrade Reel. Acesse clicando na imagem abaixo. It´s reel good.

Fã-clube do Manhattan Connection

189º post – MC de 16 de outubro de 2011

17 out

Os iletrados da Conexão Infernal começaram dando um banho de sangue na matança nossa de cada dia. Não somos anjos, mas as esquinas do mundo estão mais pacíficas, seguras e civilizadas. No livro The better angels of our nature: why violence has declined (trecho aqui), o atrocitólogo Steven Pinker atirou com uma bazuca de estatísticas e bebeu nas fontes filosóficas clássicas. Como assim, ô Steven? A história não é linear – mas a trajetória é positiva e ele tem total razão. Quanto ao restante do bloco, ninguém tem razão mas os manhattans chegaram a algumas conclusões: o Irã tem culpa no cartório, nunca (jamais!) se pode acreditar no governo e a imprensa nunca mente. Ah, e o Kadafi vai ser morto nesta semana.

No segundo bloco o MC recebeu o convidado Robert Henry Moser, magrelo capoeirista da nova geração de brasilianistas com enfoque cultural. É dele o livro Luso-American literature: writings by Portuguese-speaking in North America (trecho aqui), que tenta fazer uma conexão com os brazucas que não conseguem transmitir e-mails nem sentimentos profundos. Outro livro que ele escreveu durante as greves da USP foi The carnivalesque defunto: death and the dead in modern Brazilian literature (trecho aqui).

Depois de três livros indicados em dois blocos, achei que a conexão literária havia acabado – mas não tive total razão e as dicas de livros continuaram. A seguinte foi Life itself: a memoir (trecho aqui), de Roger Ébert, homem de jornal, TV e blog que vive para o cinema e foi tema desta coluna de Lucas Mendes. Ébert tem mais audiência – e provavelmente mais polegares – que a criatura do Frankenstein e, muito a contragosto, criou uma lista em ordem alfabética de 10 melhores filmes. Já faz tempo que sou um leitor do Ébert, mas somente depois de assistir aos filmes, pois como praticamente todos os críticos ele costuma revelar surpresas do enredo em seus textos e isso não é bom. Na verdade, o melhor são as curiosidades da produção que ele conta e as comparações que ele faz com outros filmes, o que para mim sempre resulta em dicas interessantes. Falando em dicas, Pedro Andrade e Caio Blinder indicaram a série Homeland, que quando começou eu nem pensei em ver por achar que era apenas mais uma história de guerra. Parece a trama é melhor que isso, então já peguei os 3 primeiros episódios para dar uma olhada. Na semana que vem eu mostrarei o polegar para cima ou para baixo – ou na posição mineira. A última dica de livro foi Os Chicos, de Gustavo Nolasco e Leo Drumond.

Fã-clube do Manhattan Connection

Eu prefiro os twitteiros drogados

12 out

Esta mensagem é dedicada aos twitteiros e afins que reclamam que eu os censuro. Em primeiro lugar, agradeço sinceramente pelo poder que vocês me dão. Nunca  pensei que eu podia controlar pensamentos alheios. Aliás, ordeno que vocês depositem todas as suas economias na minha conta corrente. Agora!

Em segundo lugar, quero dizer que eu criei o fã-clube do Manhattan Connection em 2007 e desde então a ele dedico muitas horas todas as semanas. É um trabalho que faço por admiração ao programa e a todos os seus integrantes. Um trabalho do qual me orgulho e pelo qual me esforço – e muito. Por que eu deveria aceitar que pessoas entrem no meu espaço (dedicado aos fãs do MC!) e nele escrevam besteiras? Basta que criem seuspróprios blogs e páginas, e neles falem o que quiserem. Nada as impede – só a sua própria imbecilidade (o que comprova que o Diogo estava certo).

Em terceiro lugar, o que o Diogo falou não foi ofensa. Foi um comentário de humor negro, que algumas pessoas podem achar de mau gosto pois muitos pais têm filhos drogados e certamente prefeririam que estes trocassem as drogas pela internet, e nunca o contrário. Todos os que pensam dessa forma, e demonstraram um mínimo de inteligência escrevendo suas opiniões com fundamentos e em português razoavelmente correto, tiveram seus comentários aprovados. 

Para encerrar, um conselho (ou uma ordem, caso você seja um dos que me considera capaz de controlar pensamentos): se você não gosta do Diogo Mainardi, não o assista. A maior prova de que você é realmente um imbecil é o fato de você perder seu tempo ouvindo a opinião de quem não gosta, só para depois fazer críticas vazias (e cheias de erros de português).

Ninguém deve deixar que seu espaço seja invadido por imbecis. E isso não é censura. É liberdade.

Marcos Alexandre